sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O partido da Escola sem partido: Depois de realizar um diálogo com a APLB-Sindicato o vereador Agnaldo retira o projeto Escola sem Partido da pauta

Por André Almeida
A questão central do Projeto Escola sem Partido é desviar a atenção dos maiores problemas da educação. Nesse processo de busca por respostas acaba centralizando como único culpado o/a professor/a! André Almeida

                   Na quarta-feira o vereador Agnaldo Teixeira Barbosa, mais conhecido como ‘Agnaldo da Saúde’ (PR), apresentou na Câmara Municipal de Teixeira de Freitas o projeto de Lei (PL) 65/2019, mais conhecido em todo país como Escola sem Partido.

                   O vereador Agnaldo tenta justificar o projeto defendendo que os/as professores/as e autores/as de livros didáticos vêm se utilizando de suas aulas e de suas obras para tentar obter a adesão dos estudantes a determinadas correntes "políticas" e "ideológicas". Tais práticas acabam interferindo na conduta moral dos estudantes em vários aspectos inclusive na vida sexual. Essas posturas para o vereador são incompatíveis com os valores que são ensinados pelos pais aos seus filhos/as.
ESCOLA SEM PARTIDO: o que é, argumentos contra e a favor | com Duda Alcântara

                   “É equívoco grotesco acreditar que os estudantes chegam nas escolas como um quadro em branco e que neles os/as professores/as escrevem e fazem o que querem. Fora da sala de aula os estudantes tem acesso a internet e dependendo do assunto acabam contribuindo ou até mesmo questionando o/a professor/a em sala sobre determinados temas. Além disso, podemos destacar as informações que os/as alunos/as consomem nas redes sociais, em vídeos, músicas, noticiários entre outros. Tratar o jovem dessa forma é querer colocá-lo como alguém incapaz de pensar. Geralmente essas posturas de querer uma Escola sem Partido, partem de políticos que visam influenciar de forma partidária a dinâmica escolar. Nesse sentido, a Escola sem Partido, seria a Escola do Partido Único” – declarou André Almeida     

                   “É uma contradição gigante colocar no Projeto (ver projeto em anexo no fim da reportagem) o ‘direito do estudante de ser informado sobre os próprios direitos” e tentar barrar dentro do próprio PL que os/as alunos/as façam ou participem de manifestações públicas. Como se não bastasse, temos ainda que, o Escola sem Partido a nível Municipal tem como base “a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar, e divulgar o pensamento, a arte e o saber”, mas no mesmo texto ele descrever ser proibido o proselitismo nas questões de gênero. Que liberdade é essa que as pessoas não podem dialogar democraticamente sobre uma temática? Não foram os/as professores/as que criaram as questões gênero dentro da sociedade e levaram para a escola, mas o contrário, a sociedade apresenta problemas que precisam ser dialogados, pesquisados, abordados e que acabam desaguando dentro do ambiente escolar” – defendeu André Almeida.  

                   “Em seu artigo 3º ele coloca que é expressamente proibido a manifestação psicológica destinadas a obter a adesão dos/as alunos/as a determinada causa”. Não fica claro quais são as causas que ele se refere e nem o que o Projeto de Lei define como manifestações psicológicas que estariam sendo realizadas dentro da sala de aula pelos educadores. Tentando dar uma resposta, ele comete outro erro, quando em seu Artigo 4º determina que os/as professores/as devem pregar fora das salas de aula o que estão ensinando e pasmem, caso o pai/responsável não concorde pode entrar com processo no Ministério Público contra o/a professor/a" - esclareceu o coordenador pedagógico André Almeida a nossa equipe.


Escola sem Censura (Documentário)Documentário que explora o universo ultraconservador do PL Escola sem Partido e o processo de perseguição a professores. Também mapeia a rede de atores políticos e organizações ligados à extrema direita brasileira implicada na promoção do projeto.

No clip "Another Brick in the Wall", a banda Pink Floyd, faz severas críticas a escola que não permite o diálogo, o debate, a formação crítica, cidadã, a pluralidade e a democracia dentro do ambiente escolar. Os alunos/as são forçados a repetir o que aprendem sem conseguir refletir ou realizar articulação do que é ensinado para sua vida cotidiana. Todos se tornam sem identidade e são transformados em salsichas. Essa seria uma educação baseada no Projeto Escola sem Partido. 



No Brasil a crítica a uma Escola com conteúdos sem relação com a vida coube ao rapper Gabriel Pensador  no clip "Estudo Errado".  

                   "O vereador não apresentou no corpo do projeto soluções para problemas básicos na educação teixeirense. Entre eles: a qualidade da merenda escolar, as condições estruturais das escolas, as perdas salariais dos educadores e nem mesmo a segurança de todos/as que se encontram dentro do ambiente educacional foi citada. O que projeto tenta tomar como prática é vigiar o professor/a quando em seu Artigo 6º defende que os estudantes podem gravar as aulas para que os pais/responsáveis tenham conhecimento sobre o que está sendo ensinado nas unidades teixeirenses e fazer denunciais que podem ser realizadas até mesmo de forma anônima" descreveu o professor de História André Almeida. Em Alagoas, local em que esse projeto foi aprovado “o ministro Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu (21/2017) liminar - decisão provisória - que suspendeu na íntegra a polêmica Lei da Escola Livre, promulgada pela Assembleia Legislativa de Alagoas, que determinava a "neutralidade" de professores e previa punição a quem manifestar opinião que "induza" ao pensamento único de alunos em sala de aula” (link para reportagem: Link para reportagem: "Escola Sem Partido" iniciado em Alagoas tem votação suspensa no STF)

Escola Sem Partido - Sala Debate - Canal Futura

                   “Como se não bastasse, o edil demonstra no Projeto Escola Livre pouco conhecimento sobre a educação teixeirense, quando em seu Artigo 8º diz que a Lei Municipal pode fazer intervenções nas mais diversas esferas. Entre elas, as políticas e planos de educação, os conteúdos curriculares, os projetos políticos-pedagógicos, os materiais didáticos e paradidáticos e até mesmo para que ocorra o ingresso no serviço público. Muitas dessas dimensões não podem e não tem como ser abarcada por um projeto de Lei Municipal. O Escola sem Partido não foi aprovado na esfera Federal, agora buscam apoio e aprovação nas dimensões Estaduais e Municipais” – comentou André Almeida.  

                   “Portanto, o projeto em seu Artigo 9º defende que vai ter um canal de reclamações para receber denúncias dos/as professores/as que não se portarem de forma “neutra” ou que tratem de “política partidária dentro do ambiente escolar”. Nessa questão, é preciso compreender que os/as professores/as não são “neutros”. Todos os sujeito são formados por relações sociais que estão vinculados ao pertencimento e a consciência, de classe, raça e gênero. Não é errado o/a educador/a tomar partido no sentido de se posicionar. Acreditamos que quanto mais pluralidade de ideias e pedagógicas dos profissionais em relação a essa e outras temáticas quem ganha é o estudante, pois a escola cumpre a sua função social. Entre elas estão a inclusão, o diálogo a cidadania, o respeito a diversidade e a democracia. É errado defender uma única visão dentro do ambiente escolar, seja ela de esquerda ou de direita. Algumas pautas são conquistas que ao longo da história da humanidade foram se consolidando como é o caso dos Direitos Humanos” – descreveu André Almeida .  

                   A equipe da APLB - Sindicato procurou o vereador Agnaldo da Saúde, depois de um diálogo o edil gravou um vídeo se comprometendo a retirar da pauta da Câmara Municipal de Vereadores o PL – Escola sem Partido/Escola Livre, alegando que precisa ter mais conhecimento sobre o tema. Em nota de esclarecimento emitida (17/10) o vereador defende que retira em caráter temporário sendo necessário aprofundar mais o debate sobre o Projeto de Lei. A categoria agradece pelo respeito que o vereador demonstrou em retirar o Escola Livre da próxima votação (24/10) que seria realizada na Câmara Municipal de vereadores.    

Entrevista com Miguel Nagib, idealizador do Projeto Escola sem Partido. Para ele o professor não deve falar sobre política ou tomar partido em sala de aula. 

Projeto - PL - Escola sem Partido









segunda-feira, 21 de outubro de 2019

APLB-Sindicato de Teixeira de Freitas comemora o Dia do (a) Professor (a)

      Por André Almeida 

    Foto 1: Capa do Estatuto dos Servidores e do Plano de Carreira durante o evento.  

     Na manhã de sábado na Câmara Municipal de Teixeira de Freitas (19/10), a direção da APLB-Sindicato realizou uma confraternização para todos os educadores da educação básica.

O evento contou com música ao vivo na voz de Lucas Aragão, distribuição do Plano de Cargo, Remuneração e Funções do Magistério Público e o Estatuto do Magistério Público no Município, sorteios de brindes para a categoria, por fim, os trabalhadores em educação tiveram um momento de confraternização por meio de um    coffee break (café da manhã).

“Estamos vivendo um momento de ataque aos movimentos sociais e sindical. De cortes na educação e a tentativa de constantemente de aprovação de projetos nefastos para a educação. Todos que estão aqui sabem que todos os dias são dos educadores e devem ser comemorados, mas a gente precisa parar um momento. Ter um dia para que a gente possa socializar nossas angustias, esperanças, sonhos, desejos, medos, enfim, nossa fé na profissão e na educação. A gente sai da escola, mas a escola não sai da gente. Isso faz parte da identidade do educador! – declarou a professora Brasília a nossa equipe de reportagem.



O evento contou com uma grande participação dos educadores que se fizeram presentes na Câmara em pleno sábado.


Nesse evento não estamos baixando nossas bandeiras, ao contrário imprimimos o Estatuto do Magistério e o Plano de Carreira e fizemos a distribuição para os educadores. Com isso, pretendemos demonstrar que nossos direitos não foram doações de qualquer prefeito ou vereador, e sim, são fruto de uma luta histórica de todos que se encontram aqui hoje. Se a APLB-Sindicato vem sofrendo ataques de uma parcela de políticos que não tem compromisso com a educação, isso se deve a força que ela tem de incomodar, questionar, criticar e transformar a educação teixeirense. Já passamos por outros momentos difíceis e vencemos e a presença dos trabalhadores/as da educação, em um sábado pela manhã, só reforça que no momento certo a educação vai dar uma resposta à altura para esses que estão tentando retirar nossos direitos – declarou a professora Brasília a nossa equipe de reportagem.

































































CARTA DOS (AS) PROFESSORES (AS) DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AO POVO DE TEIXEIRA DE FREITAS

  CARTA DOS (AS) PROFESSORES (AS) DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO AO POVO DE TEIXEIRA DE FREITAS   O prefeito Marcelo Belitardo (DEM...