“Jornalismo é publicar aquilo que
alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade"
Foto 1: Na tarde da
última quinta-feira, 06, o prefeito de Alcobaça Givaldo Muniz, apelidado de
Zico de Baiato, saiu das dependências da prefeitura escoltado pela Polícia
Militar, logo após tentar dar golpe nos trabalhadores da Educação da Rede
Pública de Alcobaça.
Na quinta-feira (06/10), os
trabalhadores e trabalhadoras da Rede Pública de Educação de Alcobaça foram
surpreendidos com a traição e o golpismo do prefeito Zico de Baiato (PRÓS). O
gestor da cidade de Alcobaça dava sinais de que cumpriria com as orientações da
Lei Federal nº 14.057 e da Emenda Constitucional nº 114/2021, que orienta o
pagamento dos Precatórios do FUNDEF, obedecendo o critério de 40% do total para
investir na Educação Pública Municipal, como: construir, reformar, ampliar,
adequar ou adquirir insumos permanentes para a educação. E 60% deve ser
investido na valorização dos profissionais da educação que atuaram no período
de 1997 a 2006. Depois de reunião e acordo formalizado em ATA, Zico, como é
mais conhecido, resolveu alterar as regras do jogo sem consultar a
APLB-Sindicato, representante legal da categoria. Negou-se a cumprir o
prometido na sua campanha eleitoral e acordado após sua eleição e que
encontra-se estabelecido em Lei.
No ano de 2018, o Município de Alcobaça
recebeu dos Precatórios do FUNDEF o valor de R$ 55.330.689,01 (cinquenta e
cinco milhões, trezentos e trinta mil, seiscentos e oitenta e nove reais e um
centavo). A APLB-Sindicato, solicitou do então atual prefeito Léo Brito (PSD)
um Plano de Ação. O gestor com medo de perder a reeleição cumpriu os acordos e
não mexeu no montante dos 60% que somavam R$33.182.213,40 (trinta e três
milhões, cento e oitenta e dois mil e duzentos e treze reais e quarenta
centavos). Esse valor ficou no caixa do município, após Leo Brito perder a
eleição para o atual prefeito Zico de Baiato (PRÓS).
O prefeito Zico, em negociação com a
APLB-Sindicato, se comprometeu em pagar os 60% aos profissionais de educação,
conforme Lei Federal em vigor, por meio “de abono e mediante lei do referido
ente”. Tem direito ao rateio aqueles que tiveram ou ainda têm vínculo com a
administração pública de 1997 à 2006. Encontra-se nessa categoria “os
profissionais da educação básica que estavam em cargo, emprego ou função,
integrantes da estrutura, quadro ou tabela de servidores do Estado, Distrito
Federal ou Município, com vínculos estatutários, celetista ou temporário, desde
que em efetivo exercício das funções da rede pública durante o período em que
ocorreram os repasses menor do FUNDEF”.
Também são incluídos os trabalhadores que “não tenham mais vínculo [...]
herdeiros [...]. O valor é proporcional à jornada de trabalho e aos meses
trabalhados.
O problema é que o prefeito Zico,
confessou, através de entrevistas em rádio que já utilizou parte dos 60% que é
de direito dos educadores para reformas de escola. Com isso, já teria aplicado
indevidamente R$15.000.000,00 (quinze milhões) dos R$34.000.000,00 (trinta e
quatro milhões) que estavam aplicados na conta do município. Entre as
denúncias, aparece a reforma da Escola Municipal de Ensino Fundamental São
José.
Na entrevista cedida à Rádio Cidade, o
prefeito Zico, não só admitiu que gastou indevidamente os 60% do dinheiro dos
precatórios como tentou provar que foi por um benefício maior, como as reformas
das escolas. Contudo, a própria lei define que os 60% devem ser destinados como
rateio aos educadores. Outro ponto gravíssimo é que dos R$55.330.689,01 (dos
mais de cinquenta e cinco milhões), o gestor alega que investiu na educação,
contudo não prestou conta de quais pontos do Plano de Ação, construído na
gestão passada, da qual ele afirmava discordar durante a campanha eleitoral,
inclusive, assumiu compromisso com a categoria, de que se eleito fosse, iria respeitar
a legislação e efetuar o rateio, que é direito, aos educadores. Para tornar
mais grave a questão, ele não apresentou notas que comprovem esses gastos. O
gestor, afirma agora, que teria em caixa apenas R$20.000.000,00 (vinte
milhões). Mesmo assim, o prefeito ilegalmente, propôs ratear R$10.000.000,00
(dez milhões). Depois de presenciar a manifestação dos trabalhadores em
educação em frente ao prédio da Prefeitura Municipal de Alcobaça o gestor fez
uma segunda proposta de apenas R$12.000.000,00 (doze milhões) e conforme sua
tese, investir R$8.000.000,00 de forma ilegal. Como essa verba é federal e tem
fins específicos, Zico corre o risco de responder a processo e se tornar
inelegível.